terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Natal... Ano Novo... tempos de paz e harmonia... será??

Noutro dia estava em uma fila para comprar o presente de meu amigo oculto (no qual acabei não comparecendo por causa de uma crise alérgica insuportável!) e logo percebi que havia acabado por esquecer de comprar algo para mim... Pedi então, gentilmente, que uma jovem que estava à minha frente guardasse o meu lugar enquanto pegaria o tal artigo esquecido...

Logo em seguida, me deparei com a mesma jovem, fazendo o mesmo que eu, pegando algo esquecido: "Não se preocupe..." disse ela, "estão guardando nossos lugares..."

Obviamente, retornei à fila antes da jovem que guardava meu lugar (ela era mais enrolada do que eu...) e não preciso nem dizer q não sabia mais onde estava anteriormente...

Indagando à uma jovem senhora (devia ser mais jovem, mas a aparência costume envelhecer as pessoas emburradas!) e lhe perguntei se era dali que uma jovem havia pedido para guardar o lugar, ao que ela me responde, rispidamente: "Aqui é que não é mesmo..." numa mistura de desprezo e sarcasmo...

Logo em seguida, minha colega de fila retorna e me salva do constrangimento criado pela nossa ausência(!!!).
Percebo então, que meu lugar era simplesmente atrás da "dita cuja", cuja resposta me permanecia entalada na garganta...
Então foi quando percebi que aquela criatura agressiva encontrava-se gestante de uns 5 ou 6 meses...
Fiquei triste e aproveitei a espera da fila e fazer meus questionamentos internos:
Onde estava o espírito natalino?
Que tipo de futuro teria aquela criança, sendo gerada no ventre de alguém tão impulsivo e na defensiva?
Mas que raios de pensamentos as pessoas têm, onde não conseguem ser gentis com seus semelhantes?
Fiz outras tantas indagações, até chegar à conclusão de que, às vezes, andamos armados, mas não com facas ou revólveres ou metralhadoras, mas sim com nossas línguas afiadas...
Fazemos trincheiras com nossos corpos, disputando espaço com outras pessoas, prontos para atacarmos ou sermos atacados...
Colocamos cercas de arames farpados em nossas vozes, que muitas vezes podem distribuir palavras doces e gentis...
Pobre criança, eu pensei...
Pobre espírito natalino... pobre do real sentido desta celebração...
Feliz Natal a todos... um Natal doce e desarmado, puro, de coração...

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